terça-feira, 18 de novembro de 2008

Sobre a operação

Na quinta-feira, dia que operei, acordei e tomei um café reforçado pois precisaria ficar em jejum por oito horas. As 14:30 saí de casa dirigindo, peguei o Rafa e fomos fazer a internação. Operei no São Luís e achei um espetáculo o hospital. Referência em maternidade em São paulo, também surpreendeu como um maravilhoso hospital. Fiz a ficha e ganhei uma necessaire com tudo que uma pessoa precisa. De lá fomos para o quarto aguardar o anestesista. Eu estava com um sono violento e não me aguentava em pé. Estava super calma. Esperamos mais de uma hora pelo anestesista, que chegou no quarto eram 17:30, e a operação estava marcada para as 18 horas.
Eu já estava muito sonolenta para estar preocupada com algo. Sabia que seria um procedimento comum e sem muita dor (achava eu).
Conversamos com o anestesista (uma graça) e em seguida chegou uma enfermeira. Coloquei aquele macacão super sexy que dá para ver até o útero e tomei um pré-anestésico na bunda. Queria ter ido dormindo, mas como foi na bunda não fez efeito rápido.
Em seguida entrou a maca, deitei e fomos rumo ao centro cirúrgico. Neste momento Rafa ficou no quarto. Entramos no centro cirúrgico, milhões de sala, um painel gigante, médicos e enfermeiras passando de lá para cá, me impressionei com o tamanho. Entrei na minha sala e deitei da maca para o leito. Começaram a trazer a tv (foi videolaparoscopia) e colar os adesivos do eletro (acompanhamento dos batimentos). Depois as lembranças são vagas, pois já estava grógue. Lembro do anestesista na sala, furando meu pulso, por onde fiquei recebendo remédios no pós operatório. Lembro também de uma enfermeira colocando aqueles negócios de respirar, de fazer inalação na minha face, eu achei que era só oxigênio, mas acho que tinha algo lá, talvez a anestesia, pois numa das acordadas me lembro de tirar o negócio (empurrando a mão dela) por sentir uma dor na barriga muito forte, depois apaguei.
Acordei na sala de recuperação, e diferente da última que eu fiquei quando operei do nariz e também tomei anestesia geral, era humana. Digo, tinha bastante gente, bastante enfermeiros, algumas pessoas acordadas. Lembro de acordar chorando, não me lembro porquê. Não lembro se estava com dor. Mas assim que abri o olho a primeira coisa que fiz foi passar a mão na barriga e sentir se já tinha sido operada.... não tinha forças para nada, dormia e acordava, até que comecei a passar muito muito frio, tremia muito (reflexo da anestesia, normal) e colocaram trezentos cobertores e não adiantava e colocaram um elétrico que adorei, ficou bem quentinho (isso eu acho né, porque ficou tão quentinho que não é possível que não era elétrico).
O fofo do anestesista (parecia pai) veio me perguntar se estava tudo bem, eu lembro de dizer que estava com um pouco de dor e lembro dele injetando algo no soro, que ardeu, mas logo dormi denovo.
Lembro de acordar e olhar no relógio e já ser 20:45.... resolveram me levar para o quarto.... o cara do meu lado, super acordado (parecia que só estava alí para doar sangue de tão acordado), lembro dele chamando a enfermeira super consciente, dizendo:"estou com um pouco de dor"... Quando eles estavam começando a me mover, ele perguntou o que eu tinha operado, eu disse:"retirei a vesícula", e ele numa empolgação de quem descobriu a América me diz: "Eu também". desacreditei. Ou ele operou MUITO antes do que eu e demorou para ser liberado ou eu tava muito cansada e por isso tão passada. Não lembro do caminho até o quarto.

Lembro que cheguei, lembro do Rafa com cara de preocupado, lembro deles me escorregarem da maca para a cama, lembro do enfermeiro vir se apresentar e perguntar se estava tudo bem:"Estou com um pouco de dor", nem doía tanto, mas quis garantir um analgésico para antes de vir uma dorzona.

E não lembro de nada de que conversei com o Rafa. Lembro dele me mostrando a pedra. O médico foi até lá para tranquilizá-lo (ele estava suando frio) e entregou a pedra num vidrinho. Ela é um pouco maior que um mendorato (grande até). Dormi e acordei quinhentas vezes durante a noite, porque toda hora entrava um enfermeiro para me dar algum remédio ardido, mas que garantiu uma bela noite de sono. Na madruga, devido ao soro constante, a bexiga apertou, de uma hora para outra. Apertei o botão e chamei a enfermeira. Ela me sentou e pediu que eu esperasse 10 minutos e a chamasse novamente pois eu tinha que me acostumar para não ficar tonta e cair. Não aguentei 2 minutos e já liguei denovo, levantei, um pouquinho de dor, fiz um xixi de 40 minutos e voltei a dormir. De manhã já fui sozinha (com ajuda de Rafa), esperei o médico, que veio, me deu alta e como recomendação caminhar MUITO, para movimentar os gases que entram com o equipamento, e a caminhada é a única solução para a dor, causada pelos gases. Se ficar deitada, a dor será maior. E era tiro e queda. Levanta e vinha aqueles punzões de velho que anda e peida sem perceber, milhões de arrotos (me senti com 80 anos), Rafa se divertindo, e eu com dor. Os pontos até então não doíam. Sentia uma dor interna, muito parecida com aquela dor que sentimos no baço quando corremos sabe? Só que bem mais forte e do outro lado. A dor era mais intensa quando eu levantava (fiquei andando curvada uns 3 dias) e doía MUUUUUITO quando eu deitava.....
Cheguei em casa por volta das 11 da manhã e dormi a tarde toda.
A noite dei umas andadas no meu micro apê, mas ficava andando toda hora..... não queria sentir dor, e muita bolsa de água quente, luftal, etc.
Na sexta durante a madrugada, o pior aconteceu. Eu nunca durmo de barriga para cima, sempre de lado, e com a cirurgia era impossível. Depois de mais de 24 horas dormindo reta, meu siático atacou e começou a doer muito, mas muito mesmo.... Não tinha posição. Umas 2:30 da manhã Rafa acorda e resolve montar o sofá cama da sala, que é duro para burro, para ver se resolvia minha dor nas costas. Na verdade ele queria mesmo era dormir em paz sem escutar meus murmúrios e mexidas constantes na cama (rs). Não adiantou. Se dormi, foi uma hora no máximo. De manhã entrei em desespero.... comecei a chorar porque tudo que eu queria era deitar para a barriga parar de doer mas as costas não deixavam, estava caindo de sono... liguei para minha mãe logo cedo (só elas nesses momentos né?) e ela mandou eu tomar tandrilax, fazer bolsa de água quente e deitar no chão duro o dia todo.
E foi só o que fiz.
Rafa fez almoço, cuidou da casa, supermercado, um verdadeiro maridão.
No domingo ele já estava meio de saco cheio, reclamando..... rs
Na noite de sábado para domingo coloquei uma almofada dura pra burro na bunda para levantar a coluna e consegui durmir por algumas horas. Foi a solução.
No domingo já estava boa da barriga, com quase nada de dor, mas as costas ainda doíam.
Fomo no cinema assistir James Bond (Rafa ama). Eu não queria, mas nem falei nada e até fui eu quem sugeriu. poxa, o cara cuidou de mim 3 dias, estava sem dormir direito, não fez nada no final de semana dele, mais que merecido né? Mas o que eu mais temia aconteceu. A dor nas costas que havia mlehorado bastante piorou naquela cadeirinha do cinema.
Mas tudo bem, voltamos para casa e apesar de a cada 2 horas eu estar chorando pelos cantos pelo meu cachorro (ainda não consigo imaginar como será chegar na casa de minha mãe e ele não estar lá), assim como meus pais e minha irmã, me recuperei bem e nem tomei analgésico durante o domingo. Na noite para segunda dormi bem pois já consegui virar (de um lado somente) fazendo o maior esquema: colocando bolsa de agua quente contra a barriga e uma almofada gigante atrás da bolsa, ou seja, como se estivesse grávida, e essa quantidade de coisas segurou minha barriga que não caiu para o lado e consegui dormir. Com isso a dor nas costas não incomodou. E foi assim de ontem para hoje também, já estou dormindo de lado (ambos) normal, não sinto mais dor na barriga. A única coisa que dói um pouco são os pontos, pois fico sentada trabalhando o dia todo e aperta os pontos.... mas nada que incomode muito. Mas o siático, ah esse danado dói o dia todo por causa dessas cadeiras péssimas de trabalho.

Falando em trabalho, o pior ambiente possível. Estou monossílada e robótica, acho tudo legal, sorrisinho amarelo, me pergunta respondo sim ou não, sem mais, obrigada.
É ruim você enfrentar problemas fora do trabalho e não ter o trabalho como uma distração. Pelo contrário, mais uma dor de cabeça. Mas c'est la vie, vamos tocando o barco.
Estou comendo até, quero distância de dieta.... tô triste e me deixa vai....

Este final de semana vou para RP, comemorar meus 30 anos junto da família.
E final de semana que vem, Rafa e eu vamos viajar para comemorar.... depois conto o destino!
Beijos
Cynthia

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